Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 50 - Fevereiro 2013

Poesia - Marina Alexiou

Imagem enviada pela autora

Pássaros voam num céu solitário e ameaçador
Espectador da distância e do silêncio que envolve
A edificação do tempo
Nobre ainda ao olhar...
O som das esperanças sustenta os risos que um dia viram
Tão plácidos azuis a conviver com tão calmas águas,
Rituais sonoros e bênçãos angélicas.
Rememora-se nos desenhos formados em suas pedras
A aliança que reverbera nas pupilas dos visitantes.
Quem dera a riqueza das almas que lá já estiveram
Pudesse trazer de volta o ímpeto voluntarioso
Daqueles que não calaram as suas vozes
No âmago escuro dos claustros.
Coral silente. Fogo sagrado. Dias obscurecidos pela cortina da história...
Toca a música do dia. O seu espectro forma novas luzes em antigas construções
A passarela continua lá a receber o peso dos infortúnios e anseios
Das máscaras alegres que sorriem, tendo como contraface
As contrariedades e dissabores da necessidade.
E ondas sonoras que trazem em seu balanço uma promessa sempre inusitada,
Embora tantas vezes revista
Junto à espera. Do novo acorde. Do novo movimento. Do ritmo ainda não compartilhado pela
alma do Arquiteto.
De um mundo essencialmente luminoso e irregular
Em sua ainda jovem aparência.
Capturado nos passos humanos que se aninham
Protegidos na redoma do ballet e no respeito às eternas marcações
Da coreografia que impera a construir a beleza da vida.