Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 50 - Fevereiro 2013

Editorial


Fevereiro TUDA!

Assim como a boa-venturança traz grandes expectativas, as grandes expectativas podem trazer profundas decepções. Seguindo a linha mezzo-mórbido das recentes edições, TUDA, que já celebrou o nascimento, já celebrou a morte, já celebrou o nascimento e a morte, agora celebra tudo o mais in between, e discorre sobre o tema "entre a vida e a morte", o chamado limbo, purgatório, ou simplesmente aquele estado de (in)consciência onde (assumimos que) a luta entre a vida e a morte é travada - o que pode não ser verdade, e só quem um dia passou por isso e sobreviveu é capaz de relatar por quais sombrios e recessos caminhos a mente percorre, e se, eventualmente, deixa-se esse estado por esforço ou osmose.

Além dos já conhecidos pyndahýbicos, deste e de outros mundos, esta TUDA, levíssima, (re)lembra a partida de Arnaldo Xavier - antes tardo do que nunco (sic) - em 26/01, e parabeniza os poetas Aristides Klafke & Eduardo Miranda pelo aniversário & poesia.

E como sempre, desnecessário dizer, TUDA traz muita coisa boa, e novidades também. Confiram na Dívida Interna.

QG de TUDA
Sem querer soar datada ou engajada, tampouco reacionária, anti-capitalista ou et cetaras, TUDA ilustra uma passagem entre Paddy McGovern e seu amigo Mr. Banker, baseada em fatos reais. Mr. Banker há muito tempo frequenta um cassino, Mercado Financeiro, onde aposta o dinheiro que não é dele, mas que lhe fora confiado sob o fio de sua barba. Mr. Banker está acostumado a ganhar e a acomodar a féria em seu bolso privado. Numa noite, porém, sua ventura o abandona, e Mr. Banker perde o dinheiro que não tem... aquele, que não era dele. Inconformado, tenta recuperar a perda e acaba perdendo mais e mais. Na hora de sair e pagar a conta, Mr. Banker diz não poder pagar, e chama seu amigo Paddy McGovern para dar um jeito na situação. McGovern prontamente paga a dívida de Mr. Banker, que caminha tranquilo pela porta da frente (e eventualmente entrar no casino ao lado), enquanto Paddy McGovern, quebrado, passa a extorquir Zé Povinho, indefeso subalterno que não tem outra opção além de se submeter aos ditames de McGovern.

Soa injusto, não? Pois é...

É isso aí companheiros, ficção à parte, lá vamos nós, na suja LabUTA do dia a dia, descarada e deslavada, a luta do cidadão comum contra o nepotismo deslavado do poderio financeiro, que continua a tirar vidas inocentes com suas armas de destruição em massa - as verdadeiras: hospitais sem infraestrutura que acomodam profissionais sobrecarregados devido a cortes irreais nos quadros de pessoal; bandidagem comemorando o corte de pessoal na policia, que continua a morrer em campo por falta de cobertura; as taxas surreais, indiscriminadas, extorsivas e abusivas; e tudo isso encoberto pela manipulação da engrenagem do Estado em favor de propaganda financeira. E pasmem, isso tudo no Primeiro Mundo, pois no Segundo ou no Terceiro nem espanta mais, tal anestesiamento, e no Quarto não há mais o que explorar, é o bagaço já apodrecido nas latas de lixo do que restou de humanidade.

Até quando, seria uma pergunta plausível...

Asyno Eduardo Miranda
o (auto-proclamado) editor
deste porto aimdassymseguro da jlha do Eire
oje, segº dia do segº mez
d este Anno Domini de MMXIII